Betânia Silveira, Florianopolis, fevereiro 2007

9 de February de 2007

25 de May de 2007

Florianópolis

abaixo os links para os vídeos







as brechas me interessam

Gosto de pensar as brechas, através delas meu olhar foca o desejo, encontra pontos de fuga para seguir numa linha do meio com o real da imaginação.
Assim, com a proposta NBP do Basbaum, aberta em sua essência, generosa em seus desdobramentos, buscamos abordar a possibilidade (comum numa infância com proteção) de ver o mundo com olhos novos, olhos de criança, como poeticamente se refere minha amiga Ione ao falar da alegria de viver.
Deixei que o objeto deflagrasse em mim relações, escolhi as que pudessem me fazer resgatar as delícias de sermos quem somos… (da dor já ouço seu grito constante).
Com seu branco de tábula rasa o NBP, em objeto inusitado, doou-se a abrigar nossos corpos, a receber nossos gestos, nossa vontade do lúdico. Flutuou com elegância nas águas salgadas do sul, amalgamou-se a paisagem e conosco fez de uma tarde boa de verão uma razão para criar imagens, registros e experimentações estético-lúdicas e poéticas.

Enviei para alguns amigos os vídeos resultados da minha participação nesse projeto e recebi de Adriana Jorgge, a seguinte resposta que tomo a liberdade de aqui expor: “A brecha é barco, é navio, é escotilha, é prancha, é prato, é esperança. Se espera tudo dela e ela silenciosa se deixa ser o que querem dela”.

Importante dizer que o NBP, por seu peso, tamanho e idéias que incita,convida à reunião de pessoas em suas ações. Sendo assim, convidei para vir comigo dois amigos e para que fosse possível chegarmos ao produto vídeo tivemos Bebeto, Patrícia Burigo e eu um longo trajeto até o mar.
Primeiro encaixar o NBP no carro, ação que exigiu cálculos matemáticos, mede aqui e ali e entra com ele assim meio inclinado e blábláblá… 2+2=4, feito, coubemos os quatro como sardinha em lata!
Segundo momento, carregá-lo morro acima e morro abaixo, diversão e suor, força bruta e atenção. Chegando à praia, tudo de bom, terreno plano, chão macio, brisa do mar soprando, refrescando e desalinhando os cabelos a dar nó.
Então o terceiro momento, o de combinar o que fazer. O experimento se inicia e flui… As crianças que brincavam por ali se incorporam espontaneamente à ação enriquecendo-a com a graça de suas presenças luminosas.
A tarde cai cheia de humor e alegria. Ao final, caminho de volta… Depois de subir e descer morro novamente, uma cerveja gelada pra comemorar o dia bom entre bons amigos e fazendo coisa boa!

Basbaum eu adorei experimentar com o NBP, encantou-me sua capacidade de metamorfosear-se de objeto acético e frio a lúdico, alegre e acolhedor. Ao dar-se generosamente à ficção e desejos da gente ele se humaniza, é louco e poético.

Betânia Silveira

24 de March de 2007

 

24 de March de 2007

 

24 de March de 2007