Em abril de 2006 ao receber a proposta “Você gostaria de Participar de uma experiência Artística?” de Ricardo Basbaum tive a idéia de utilizar sua peça NBP para desencadear uma ação colaborativa com alguns moradores da Servidão Batuel Cunha, no bairro do Rio Tavares em Florianópolis.
Minha relação com esses moradores começou através de propostas artísticas feitas pelo grupo de pesquisa em artes do qual faço parte, o grupo Arte e Vida nos Limites da Representação.
De posse temporária do objeto-peça NBP(Novas Bases para Personalidade), Articulei então junto à Adriana Barreto, Bruna Mansani e Tamara Willerding coordenadoras do espaço Contramão a proposição QUEIMANDO A CUCA.
Contando com a flexibilidade do Espaço Contramão a proposta que fiz para a Adriana foi a seguinte: que tal se ao invés da minha casa como local da exposição, moradores da comunidade Batuel Cunha fizessem a curadoria e realizássemos algo na rua???? Já que à muito tempo o Sr. Ageni e a Dona Odília queriam utilizar nosso forno de Cerâmica para assar um pão ou um bolo, achei oportuno conciliar diferentes propostas (desejos) em um mesmo local, no caso a garagem da casa de seu Ageni. Faríamos uma expansão da idéia de espaço doméstico utilizada pelo Contramão, a cozinha transbordaria para rua. Fazer um bolo no forno não seria algo difícil e já poderia ter sido feito antes, mas o que me instigava e intrigava era a oportunidade de colocar em um mesmo lugar diferentes contextos sociais, acadêmicos, artistas, trabalhadores informais, crianças, adultos, moradores da comunidade local, todos em uma relação de convívio e troca de experiências. Fizemos então os convites e decidimos que o encontro aconteceria no dia 1º de maio (dia do trabalho).
Trabalhando colaborativamente, várias pessoas vindas de diferentes contextos sociais, se encontraram na garagem de seu Ageni e Dona Odília para botar a mão na massa desse bolo recheado chamado CUCA, receita típica da região sul do Brasil. Paralelamente a elaboração do bolo diferentes propostas artísticas aconteciam durante todo o dia, propostas tais como:
a ação Como Carbono de Gabrielle Althalsen
troca-se conhecimento e empaixando a vida de José Luiz Kinceler e Paulo Damé
o quebra cabeça de Isabela Sielski
a mostra de vídeos membrana coordenada por Raquel Stolf
pintando o presente Cássio, Ariel, Maisa, Gevaer, Gustavo, Patrícia, Edilézia, Lu, Monique, Amábile, Gevanildo, Guilherme.
o costelão,
a banca de artesanato,
a apresentação da bandeira do divino espírito santo
e a roda de samba.
Estas ações iam se permeando, se desdobrando, contaminando e sendo contaminadas pelas vivências e experiências distintas encontradas neste lugar que era ativado criativamente. Neste sentido esta proposta teve como campo de ação a esfera das relações humanas e sua complexidade, onde o processo artístico que permeia o cotidiano comunitário vai sendo despertado através do convívio entre as diferentes partes envolvidas, procurando gerar representatividade através de suas próprias experiências de vida, ativando assim novos processos subjetivos e a possibilidade de se criar diferentes maneiras de ver o mundo, criando espaços possíveis. Como propositor e artista mediador, utilizei táticas de ação onde pude perceber visibilidades no fluxo comum do ambiente cotidiano. Nesse processo a linguagem ultrapassa o campo dos sígnos para ser acessada através do que chamo de encontros sensíveis, através da intuíção e percepção do entorno. Entendo que a cidade muito mais que simples suporte para intervenções, é um complexo sistema multicultural intersectado por micro e macro-políticas, relações comunais, saberes seculares, novas tecnologias e mais um emaranhado de possibilidades de ação e produção de sentidos sejam por parte da distribuição humana sejam por parte da configuração espacial e arquitetônica, atributos formadores do ambiente. Como produtor, me coloco a responsabilidade de navegar por este emaranhado de representações tentando ser o menos excludente possível. Nesta tentativa de criação não serializada procuro as relações sensoriais como comer, tocar, olhar o invisível, ouvir o silêncio, parar para pensar o vazio, sentir o distante.Proponho porém que isto ocorra não apenas isoladamente mas de maneira coletiva,tomando o encontro com o outro como ponto catalizador destas energias rituais,como processos solidários,como potências geradoras do ato de criar.
Burning the Head – Practicing Art on the wrong side of the road?
In April of 2006 upon receiving the proposal “You like to you Participate of an Artistic experience?” of Ricardo Basbaum I had the idea of utilize your piece NBP for trigger an action colaborativa with some inhabitants of the Servitude Batuel Wedge, in the neighborhood of Rio Tavares in Florianópolis. My relation with those inhabitants began through artistic proposals made by the group of research in arts of which I do part, the group Art and Life in the Limits of the Representation. Of temporary possession of the object-piece NBP (New Bases for Personality), I Articulated then next to the Adriana Barreto, Polish Mansani and Tamara Willerding coordinating of the One-way space the proposition BURNING THE HEAD. Counting on the flexibility of the One-way Space the proposal that I did for the Adriana was to following: that such itself instead of my house as localities of the exposition, inhabitants of the community Batuel Wedge did to curadoria and we carried out something in the street? ??? Since to the a long time the Mr. Ageni and the Owner Odília will want to utilize our oven of Pottery for roast a bread or a cake, I found opportune reconcile different proposals (desires) in an even local one, in case of the garage of home of its Ageni. We would do an expansion of the idea of domestic space utilized by the One-way one, the kitchen would overflow for street. It do a cake in the oven would not be somewhat difficult and already could have been deed before, but what instigated me and intrigued to be the opportunity of put in a different same place academic, social contexts, artists, informal workers, infants, adult, inhabitants of the local community, everybody in a relation of closeness and change of experiences. We did then the invitations and we decide that the meeting would happen in the day 1º of May (day of the work). Working colaborativamente, several coming persons of different social contexts, if found in the garage of his Ageni and Owner Odília for put on the hand in the batter of that cake stuffed called HEAD, typical prescription of the south region of Brazil. In parallel the elaboration of the different cake artistic proposals happened during all the day, proposals such as: The action As Carbon of Gabrielle Althalsen change itself knowledge and empaixando the life of José Luiz Kinceler and Paulo Damé the break head of Isabela Sielski the coordinated membrane videos sample by Raquel Stolf painting the present one Cássio, Ariel, More, Gevaer, Gustavo, Compatriot, Edilézia, Lu, Monique, Amábile, Gevanildo, Guilherme. The costelão, the table of workmanship, the presentation of the flag of the divine holy spirit and the wheel of samba. These actions went penetrating, if unfolding, contaminating and being contaminated by the experiences and distinct experiences found in this place that be activated creatively. In this sense this proposal had like field of action the sphere of his and human relations complexity, where the artistic trial that penetrate the routine communal one is being awoke through the closeness between the different part involved, finding generate representatividade through its own experiences of life, activating
like this new subjective trials and the possibility of be created different ways of see the world, creating possible spaces. As propositor and artist mediator, I utilized tactics of action where could I perceive visibilities in the common stream of the routine environment. In that trial the language surpasses the field of the sígnos for to be accessed across than I call of sensible meetings, through the intuíção and perception of him I spill. Entendo that the a lot city more than simple support for interventions, is a complex multicultural system intersectado by micro and macro-political, relations comunais, you will know secular about new technologies and more an action possibilities confusion and output of hurt be on the part of the human distribution be on the part of the architectural and spatial configuration, creating attributes of the environment. As the producer, I put myself the responsibility of sail for this confusion of representations trying be the least excludente possible. In this attempt of creation not serializada I find the sensory relations as eat, touch, look the invisible one, hear the silence, stop for think the empty one, feel the distant.propose however that this occur not barely isolatedly but of collective way, taking the meeting with another like catalytic point of these ceremonial energies, as supportive trials, as powers generators of the act of create.