… me convidou para participar de uma experiência artística, legal, pensei… como poderia fazer para participar de tal experiência como diretor de uma escola de pesca? A solução veio na possibilidade de diluir a experiência na instituição, no coletivo. Começou devagar, colocando o objeto em alguns pontos da escola, e as pessoas logo se perguntavam que objeto era aquele… Seria peça de alguma máquina? Quem sabe até de uma plataforma de petróleo, visto que a escola fica localizada em Macaé, município onde a industria do petróleo é a atividade econômica principal. Quando me perguntavam do que se tratava aquela “peça”, respondia: pode ser qualquer coisa, serve para tudo e ao mesmo tempo para nada. Após alguns dias o objeto começou a fazer parte da escola, as crianças batiam nele, sentavam ou simplesmente ignoravam. Uma das experiências mais legais que pude presenciar (sem fotos devido a espontaneidade) foi durante um temporal muito forte e o telhado estava com vazamento, precisávamos arrumar um balde com urgência, foi então que os funcionários perceberam que aquele objeto poderia servir para reter a água. Percebi uma dimensão utilitária para aquele objeto, ele passou a ser parte da escola, servia para algo, tinha uma utilidade, não apenas com relação a uma experiência, mas como uma maneira de interagir com o coletivo, ele ganhou seu espaço sozinho…
Marcelo Cucco