DEARTES-UFPR, Curitiba, novembro 2006

6 de November de 2006

17 de November de 2006

Curitiba

Projeto Objetos Viajantes

Diário de um objeto viajante

Sexta-feira, 3 de Novembro. Paulo Reis em e-mail à Consuelo Schlichta, escreve: escultura de Ricardo Basbaum, em posse de Débora Bruel visita o Departamento de Artes.
Segunda-feira, 6 de Novembro. Débora Bruel deixa a escultura – objeto viajante – no Departamento de Artes.
Quarta-feira, 8 de Novembro, 19:00h. Abertura da exposição Cidadeincluida, dos alunos do Departamento de Artes. Sob o prisma de diferentes olhares, a exposição é uma indagação sobre como se apresenta e representa a cidade. Os jovens artistas, estudantes do terceiro e quarto anos do Curso de Educação Artística, nos chamam à difícil arte de olhar a cidade, para além do que se vê, ali onde algo de invisível se guarda. Cidadeincluida tenta resgatar as tarefas, propriamente culturais: recusar a anestesia, contribuindo para que as artes exerçam suas funções estéticas de desafiar e criticar a dissolução da arte no mercado e na construção da interface entre arte e política. Reconfigurar na cidade, por meio de imagens, uma certa espessura histórica dilacerada pelo crescimento errático. Novas utopias?
Quarta-feira, 8 de Novembro, 19:20h. O objeto viajante é apresentado aos outros participantes da exposição por Paulo Reis. A escultura de Basbaum é incluída na Exposição.
Quarta-feira, 8 de Novembro, 20:00h. Paulo Roberto Schlichta fotografa o objeto viajante durante a exposição.

2

Quarta-feira, 8 de Novembro, 20:30h. Objeto viajante recebe interferência de Manuela Flores. A jovem artista “cola” um fragmento de sua instalação – O Estado-da-Arte – na escultura de Basbaum.
Quarta-feira, 8 de Novembro, 20:40h. A posse do objeto viajante e sua transformação em trenó pelas escadas do Departamento de Artes. Polêmica I. Interferir? Sim? Não? Como?
Quarta-feira, 8 de Novembro, 21:10h. Desenhos pornográficos na escultura. Polêmica II. Interferir? Sim! Mas, porque?
Quinta-feira, 9 de Novembro. Objeto viajante passa desapercebido, mas, alguns já se perguntam: o que significa este objeto? “Isto” é uma escultura? É de algum aluno?
Sexta-feira, dia 10 de Novembro, 17:30. Objeto viajante é tema das discussões travadas no Deartes sobre a Bienal, a Exposição Cidadeincluída e o Projeto Arte Urbana. Gera-se o debate: O que significa a posse de um objeto artístico? O que é interferência? É da natureza da arte ser invasiva? Sim? Não?
Sábado, dia 11 de Novembro. Objeto viajante passa a noite no Deartes, diga-se de passagem, em boa companhia (trabalho de Eliane Prolik).

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Domingo, dia 12 de Novembro. Objeto viajante dorme novamente no Deartes.
Segunda-feira, dia 13 de Novembro, 14:00 h. Objeto viajante participa do ritual de avaliação da exposição. Terceiro ano é convidado a interferir. Mais novidades!
Terça-feira, dia 14 de Novembro. Grupo de Artes Plásticas – artesplásticasufpr@yahoogrupos.com – inicia seus relatos de experiência com o objeto. Objeto é visto na Cantina, aproximadamente, às 15:00.
Quarta-feira, dia 15 de Novembro. Feriado. Departamento de Artes fechado, objeto desaparece. Um grupo toma posse do objeto.
Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 14:00 h. Consuelo Schlichta não encontra a escultura de Basbaum onde fora colocada antes do feriado.
O desespero é total !!!!
Correndo pelo campus, pergunta a todos: “Por acaso, alguém viu o objeto viajante ?! Onde está?! O que aconteceu?!
A escultura de Basbaum desapareceu !!!!”
Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 15:00 h. Consuelo Schlichta recebe, então, aproximadamente, às 15:00 h, um bilhete.
Em um envelope amarelo escrito: “Aos Cuidados do Departamento de Artes”.
Dentro a seguinte mensagem:
“Seqüestramos o objeto.
Ao abordar a vítima em questão não tivemos muitos problemas para fazê-la nos acompanhar.
Pobrezinnho, reclamava de maus tratos e de ser assediado por estranhos. Cansado dessa vida controlada nos disse que ficava feliz de nos acompanhar até o cativeiro.
Mesmo assim encaminharemos um pedido de resgate em breve.
Atenciosamente
Os Seqüestradores.”

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Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 15:30 h. Buscando pistas, Consuelo conversa com Sr. Pedro, caseiro do Campus, e descobre que, no final da tarde do dia 14 de Novembro, o objeto foi visto na Cantina. Depois ele desapareceu. Disse Sr. Pedro: “Talvez, quem sabe, o objeto viajante não está escondido no depósito, ao lado do Xerox, do Centro Acadêmico.”
Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 16:00 h. E não é que estava lá! Duas alunas do 3º ano de Educação Artística, Larissa e Maria Camila, também participantes da Exposição Cidadeincluída e Consuelo encontram o objeto seqüestrado. Seu estado é lastimável: cheio de arranhões, fechado em um pequeno depósito, perto do Centro Acadêmico, achamos que foi vítima de maus tratos. O objeto é tirado do cativeiro com muito cuidado.

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Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 16:20 h. O corpo da vítima ao ser examinado comprova o crime. Foram muitas as interferências.

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Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 17:00 h. Amedrontado, esconde-se, depois, objeto viajante tenta fugir. Primeiro com Sidney Batista Alves que deixara o carro na frente do Deartes. Ele estava ali perto fazendo um orçamento de cortinas. Objeto viajante é encontrado exatamente na hora em que Sidney estava saindo.

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Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 17:30 h. Outra tentativa de fuga. Agora com um carrinheiro que passa diariamente em frente ao Deartes. Sorte que Rodrigo, o dono do carrinho, é nosso amigo e nos devolveu o objeto viajante.

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Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 18:00 h. Todos muito cansados nos despedimos do objeto viajante.
Quinta-feira, dia 16 de Novembro, 18:00 h. Consuelo Schlichta pede que o Sr. Laudelino, responsável pela segurança do Deartes, mantenha os olhos bem abertos e não deixe ninguém sair do prédio com o objeto viajante. Última noite do objeto viajante no Deartes.

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Sexta-feira, dia 17 de Novembro, 17:00 horas. Débora Bruel leva o objeto embora. Mas, evidentemente, não sem antes explicar quem era, pois, o Sr. Laudelino, sentindo-se responsável pelo objeto viajante perguntou a Débora: “quem é a senhora? Quem lhe deu ordem para levar o objeto? A Profª Consuelo disse que não era para deixar ninguém pegar o objeto!”
Pois bem, depois de muita explicação de Débora, a escultura de Basbaum seguiu viagem, passando às mãos de outros artistas. Precisamente Débora Santiago, não é?

6 de December de 2006

 

6 de December de 2006

 

Maikon, do 3º ano de Educação Artística, é um dos seqüestradores

6 de December de 2006

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6 de December de 2006

 

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Fuga do objeto viajante

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6 de December de 2006

Tentativas de fuga do objeto viajante

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Tentativas de fuga do objeto viajante

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