Descoberta do lugar – em torno do que nos agrupamos? Museu lugar de memória, notamos a existência de um objeto-NBP, ainda enquanto imagem que mal se reconhece, em se tratando do publico-criança que ainda não foi anexada a esse estáculo. Minha presença junto ao outro contraria a existência do espaço vazio que é esse objeto desprovido de uso, ainda que superficial.
Falta de sentido daquilo que é anterior a mim e que então se põe a uma proposta de partilha do que é multiplo no espaço-nós e que, a partir do momento em que entramos em comunicação, torna-se comum. Coexistimos e pelo nosso deslocamento, passamos a conviver em no espaço-ilha que se retem ainda como imagem de vazio e que ao mesmo tempo vai em direção à precipitação de seus futuros viajantes.
Imediatamente se torna um cabo de guerra, campo de força. Perguntamos “o que seria isso? porque nos agrupamos?” e recebemos de volta (ingênua): “seria uma memória?”. Infantil, dada a boca de quatro anos que a enuncia, mas nada ingênua resposta. Nos dedicamos a partir daí a investigar o buraco do NBP: a que ele nos dá acesso? O que pode haver por trás desse objeto que até há pouco era tão somente uma imagem?
As ações que decorrem são registradas, dentro de toda a dinâmica, parte essencial da proposta de retorno à condição de imagem. “restituir é dar antes de qualquer troca” (Didi-Huberman). Há nessas imagens, que aqui seguem anexadas, eventos irruptivos que talvez não caibam em transcrição verbal. Dom e veneno ao mesmo tempo, o NBP segue, para seus acionadores, como memória de uma forte troca, e retorna também ao uso privado de uma economia circular, ao qual suas memórias são anexadas – imagem que retorna agora carregada de força & valor.
Garrafa lançada, também, ao mar do espaço público, cabe dúvida: a que retornam essas imagens.
Por Daniel Santiso – Educador do MAR