Mara Pereira, Rio de Janeiro, março 2008

21 de March de 2008

22 de December de 2008

Rio de Janeiro

No MAM

No MAM

No MAM

No MAM

Respirando

O objeto revestido

Em processo

Barracão Maravilha e MAM

Tive três experiências com o objeto que esteve comigo: o primeiro no Barracão Maravilha Arte Contemporânea, o segundo na minha casa e o terceiro nos jardins do MAM. Em todo o processo aconteceram muitas situações.
Busquei o objeto na casa do Ricardo e não sabia muito bem o que ia fazer com ele, mas achei que poderia ser interessante levá-lo para o Barracão.
O Barracão é um espaço onde os artistas Zé Carlos Garcia, Natali Tubenchlak, Robson Viana e Hugo Richard produzem seus trabalhos, convidando outros artistas para exposições e conversas. Eu tinha começado a fazer parte do grupo como produtora e ainda estávamos organizando o lugar.
Pensamos em usá-lo como mesa durante um tempo, já que não tínhamos uma. Fiquei alguns dias sem ir no espaço e quando voltei lá estava ele acochoado, completamente forrado de preto e com rodinhas – virou um sofá. Foi no mínimo curioso ver o objeto que até então era branco e gélido, transformado num aconchegante e elgante assento.
Após algumas especulações, a ação ficou a critério de quem tivesse a iniciativa de fazer algo com ele.
Era interessante na abertura de uma exposição vê-lo ocupado por várias pessoas sentadas, passando despercebido por alguns artistas e sendo reconhecido em meio a dúvidas por outros.
E ficava no ar para mim as seguintes perguntas: Será que é certo mudar a cor dele? Será certo torná-lo tão acolhedor? A forma é reconhecida, mas o material não. Isso é correto? Posso fazer o que eu quiser com ele… Mas posso mesmo?
Ao mesmo tempo em que eu achava maravilhoso aquilo tudo ficava incomodada, como se o objeto estivesse sufocado. Havia uma alteração estética no objeto e aquilo deixava-me um pouco aflita. Após essa exposição o objeto ficou guardado um tempo. Até que parei de trabalhar no Barracão e tive que tirá-lo de lá para repassar a outra pessoa. Fui buscá-lo com o Beto (meu marido) para levá-lo andando para casa, apoiando-o numa bicicleta. O caminho foi longo da rua Gomes Freire ao Castelo. Com brigas porque o objeto caía e porque um achava que o outro não estava segurando direito; com gargalhadas porque estávamos sendo olhados pelas pessoas na rua; e com direito a machucados.
Na segunda etapa, dias depois convidamos dois amigos para participar de outra experiência artística. Eu sentia a necessidade de fazer mais alguma ação antes de passá-lo para o Pablo.
Num domingo eu e Beto tiramos todo o forro preto. Era como se retirássemos uma pele, libertássemos o objeto e livre ele pudesse passear, tomar sol.
Convidamos o Pablo e o Patrik para participar do passeio com o objeto nos jardins do MAM. Fomos, então, num domingo de sol. Saímos da minha casa, atravessamos a passarela, sentamos no pilotis, na marina e, por fim, na grama.O objeto passeou por onde passeamos em vários domingos.
Nesse percurso conhecemos dois meninos gêmeos, com aproximadamente 9 anos, que se divertiram tirando fotos com a gente e com o objeto, e encontramos dois amigos. A amiga que encontrei tinha visto esse mesmo objeto numa escola em Macaé, de onde ele tinha vindo quando chegou em minhas mãos. Interessante encontrar uma pessoa que o viu na situação anterior e na atual.
Percebi que ele foi tratado ora como um simples objeto que precisávamos transportar, ora como animal de estimação, como obra de arte, como assento… É, de novo como assento.
Tiramos o forro, voltamos à sua cor (com algumas interveções de furos e espuma), mas usá-lo para sentar iniciou e encerrou a ação. A necessidade de sentar foi constante.Em nenhum momento ele esteve vazio na exposição e, no passeio, todas as vezes que o deitamos nós sentamos.
Ainda estou refletindo sobre o que foi essa experiência, o que significa isso.
Muitas coisas aconteceram. Preciso pensar mais.

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

 

31 de January de 2009

O objeto revestido

31 de January de 2009

O objeto revestido

31 de January de 2009

Ainda revestido

31 de January de 2009

Em processo